Reseña del libro "O Desenho Arquitet ´Nico (en Portugués)"
Por que a filosofia de Merleau-Ponty possui uma pot ªncia que se estende para o mundo contempor óneo? O filósofo define o pensamento de sobrevoo como o projeto de posse intelectual do mundo domesticado pelas representa § µes construídas pelo sujeito do conhecimento. Nos dias de hoje, esse pensamento sem restos, construído pelas ci ªncias para impedir a penetra § úo do contingente e do sensível na realidade social permanece atual, pois torna-se imprescindível para as empresas e estados minimizar riscos de negócios, adquirir vantagens competitivas e a criatividade permanece refém desses interesses. Para Merleau-Ponty na aridez da realidade instituída ou dada como fato, encontram-se hiatos nos quais o invisível, o impensado, desvelam-se no labor de artistas, pensadores, arquitetos, que abrem uma trilha para a experi ªncia do Ser que exige de nós cria § úo para que dele tenhamos experi ªncia. ‰ essa car ªncia do Ser que possibilita o ato criativo e certamente moveu a filosofia Merleau-Pontiana para avan §ar na análise da fenomenologia da linguagem, da intersubjetividade, na busca de uma aut ªntica experi ªncia de comunica § úo. Assim, estabelecendo uma interface entre a filosofia de Merleau-Ponty e arquitetura, a reflex úo proposta neste livro investiga o fen ´meno criativo, a g ªnese de sentido no projeto arquitet ´nico, utilizando-se dos desenhos na forma de croqui do arquiteto Joan Vill á como opera § úo expressiva, que transcende o papel meramente comunicativo da linguagem. No contexto do capitalismo neoliberal, no qual o eu torna-se um princípio social, que empobrece sensivelmente o contato do arquiteto com o mundo, sinalizando uma crise de sentidos para a arquitetura, a criatividade, intersubjetividade, o descentramento do sujeito, tornam-se urgentes como poder subversivo ou mesmo princípio político. Nesse ponto, os desenhos do arquiteto Joan Vill á s úo exemplares porque ilustram seu trabalho participativo junto a comunidades carentes de habita § úo, superando dicotomias como, por exemplo:sujeito/objeto, projeto/execu § úo, estética/técnica, arquiteto/comunidade, imaginário/pensamento, raz úo/sensibilidade, espa §o público/privado, tornando-se assim, porosos com grande for §a expressiva. ‰ este caminho que a leitura deste livro pretende iluminar.